domingo, 21 de novembro de 2010

Não mata... mas mói...



Já te sentiste só?

Aquela solidão que te atira ao chão, não porque estás só, mas porque não tens forças. E não porque sejas fraco, mas que estás cansado. Não porque não sejas resistente mas porque te dói. Não porque sejas sensivel, mas porque tens coração. Não porque não ames, mas porque não és amado.

Já te sentiste assim, só?

Aquela vontade de falar. Não, não de falar. De gritar! De desabafar! Mas... acabas por não ter nada por dizer, sabes? Quando pensas que andas a acumular tanta coisa há tanto tempo e que agora sim, agora é o tempo, não sai nada. Não há nada de novo a dizer, não há sequer uma capacidade de expressão que descreva minimamente esse buraco negro na tua alma.

Já te sentiste só, tão só?

Tão só, que até de ti és distante. Tão só que somente só é palavra que não chega para a distancia de ti para a pessoa mais próxima. Tão só que te envergonhes de tudo o que dizes, que escreves, que sentes. Tão só que sabes que ninguém perceberia o que dizes, o que és, como és, como vives, sobrevives.

Já te sentiste?

Sim, sentir-TE. Já te pensaste? Já deste um tempo para ti mesmo? Já paraste para ti? Olha, nem sei... Não sei... nada..

Volta e meia paramos aqui. É como voltar ao restaurante fino onde vais numa altura especifica. Num momento especial, que te diz algo. Onde sabes que ali vais estar bem. É como ler o tal livro que te ficou marcado e que procuras quando queres voltar a sentir o mesmo arrepio na barriga que sentiste ao ler pela primeira vez. E vais sorrir com prazer no fim da refeição, da leitura.
É aqui que eu volto. É aqui que me reencontro, quando preciso de porto seguro.

Hoje o mar está revolto... Hoje voltei a perder as cordas, a âncora. Tudo me dói. Até esta forma de ser me cansa...

Bem... que dificil é palavrizar aquilo que sinto... Não é mais forte, nem mais agudo que de outras vezes. Talvez eu esteja menos inspirado, menos concentrado. Mas esta coisa da solidão, da falta de amor, de atenção, de um olhar que te diga "eu sei que tu estás a sentir" eish... fazia falta esse olhar, essa festinha na cabeça, esse beijinho na cara, o abraço, o segurar nas mãos...

Lá está, não mata... mas mói...

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