sábado, 7 de dezembro de 2013

03h15

Estou cansado.

Estou triste. Conformado. Sou o espelho do vazio, o retrato da solidão, desnecessário coração.

Gosto de me sentir um poeta, um escritor. Gosto de pensar que sei escrever e que me expresso, de acreditar que sou lido. Só assim dou significado à vida que me escolheu.

Eu não sou deste tempo.

Não sou moderno. Não tenho estilo, não sou definido e esculpido. Não sou grosseiro ou carnal.

Eu sou um sonhador. Um poeta. Um romântico. Eu escrevo cartas de amor e vivo paixões impossíveis.

Eu sofro do amor e vivo dessa dor. É nela que melhor me sinto.

Tu não me conheces. Tu vês o que te quero mostrar, mas sou bem mais o que te escondo. O meu corpo é a prisão e o disfarce de uma alma destruída. Os sorrisos que te dou, as gargalhadas que dás comigo são lágrimas guardadas.

Parecer-te-à exagerado o texto, as palavras e a expressão dos sentimentos. Não te peço que compreendas ou que gostes. Nem sequer que acredites.

Este é o meu diário. É para mim que escrevo. Preciso limpar a alma, descansar.

Amanhã serei igual, com mais forças.

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